Nossa pele está exposta a inúmeros poluentes e agentes biológicos no dia a dia. A exposição a bactérias é esperada – algumas delas são, inclusive, necessárias para a manutenção da saúde do seu corpo.
Diversos estudos clínicos apontam que os efeitos destes microrganismos no corpo vão muito além: são capazes até mesmo de afetar funções específicas da pele.
Neste artigo, você aprenderá um pouco mais sobre o microbioma, além de entender como ele pode ser utilizado no tratamento para a dermatite atópica. Continue lendo e confira:
O que é microbioma?
O microbioma é o nome dado para o conjunto de bactérias e outros microrganismos que habitam o corpo humano. Falando assim, pode parecer estranho. Afinal, as bactérias não são ruins? A verdade é: nem todas.
O microbioma é importantíssimo para a manutenção da nossa saúde. Juntos, esses trilhões de microrganismos cumprem funções vitais, como ajudar na digestão de alimentos, metabolização de medicamentos, modulação do sistema imunológico, entre outros!
Recentemente, pesquisas apontam que os benefícios de um microbioma variado podem também ser observados na saúde da sua pele. O risco de inflamações alérgicas, acne ou hipersensibilidade, por exemplo, é reduzido. O microbioma também ajuda a proteger a pele contra produtos cosméticos agressivos e danos induzidos pelos raios UV.
As bactérias que constituem o microbioma são aliados importantes da sua saúde. Por exemplo, eles são essenciais para a modulação do sistema imunológico.
Seu corpo depende dele para obter as vitaminas B3, B6, K e o ácido fólico. O microbioma pode também facilitar a absorção de elementos vitais pelo seu organismo, como o cálcio e o ferro.
Como o microbioma se desenvolve?
O desenvolvimento do microbioma começa no início da vida, assim que o bebê entra em contato com a flora vaginal da mãe durante o parto. Desde desse momento, nosso corpo será exposto a milhares de microorganismos e bactérias.
Ao longo da vida, a composição, e consequentemente o funcionamento do microbioma, pode sofrer influências de diferentes fatores: ambiente, alimentação, uso de antibióticos, doenças, senescência, entre outros.
O que é dermatite atópica?
A dermatite atópica, também conhecida como eczema atópico, é um dos tipos mais comuns de dermatite (doença inflamatória da pele), essencialmente representa um mal funcionamento da barreira cutânea. Ela é uma doença crônica, ou seja, é persistente e não se resolve em um curto período de tempo.
Muitas vezes, doenças crônicas apresentam sintomas reincidentes – o paciente passa por períodos de crise e períodos de latência.
A dermatite atópica não é uma doença contagiosa. Frequentemente, ela está associada a asma brônquica e rinite alérgica.
Os sintomas aparecem comumente na infância, ficando menos intensos na fase adulta.
A causa exata desta doença inflamatória ainda é desconhecida. No entanto, sabe-se que fatores genéticos são uma grande parte dela.
Fatores de risco
Você provavelmente já ouviu falar alguma vez que alguns alimentos podem causar a dermatite atópica. Isso, no entanto, só é parcialmente verdadeiro.
A dermatite atópica é uma doença hereditária, que não pode ser desenvolvida devido ao consumo de determinados alimentos. No entanto, as alergias alimentares podem desencadear períodos de crise ou piorar os sintomas em indivíduos que já são afetados pela doença.
Veja alguns outros fatores de risco que podem desencadear crises da dermatite atópica:
- Alergia a pólen, mofo, ácaros ou animais;
- Contato com materiais ásperos;
- Pele seca;
- Exposição a irritantes ambientais;
- Exposição à água;
- Determinadas fragrâncias ou corantes adicionados a loções ou sabonetes;
- Produtos de limpeza;
- Roupas de lã e de tecido sintético;
- Baixa umidade do ar;
- Frio, calor e transpiração intenso;
Quais são os sintomas da dermatite atópica?
Dermatite atópica é caracterizada pelo surgimento de pele muito seca e coceira nos locais afetados. Além disso, existem alguns outros sintomas comuns. Veja:
- Coceira ou prurido prolongado;
- Preferência pelas áreas de dobras dos braços, pernas e pescoço;
- Evolui em surtos, com recorrência e cronicidade;
- Áreas esfoladas da pele, normalmente causadas por coceira;
- Pele mais clara ou escura que o seu tom normal;
- Vermelhidão ou inflamação da pele nas áreas afetadas;
- Áreas espessas de pele, que podem ocorrer após irritação e coceira prolongadas.
Não deixe de procurar um dermatologista se você identificar algum desses sintomas. Além disso, lembre-se que fazer consultas regulares pode ajudar a detectar sinais e sintomas no começo e tratá-los antes que sejam um problema.
Como funcionam os tratamentos para a dermatite atópica?
Um dos principais aspectos do tratamento para a dermatite atópica se concentra em formar hábitos saudáveis para sua pele. A hidratação constante, por exemplo, é essencial para os pacientes acometidos por esse problema.
É muito importante contar com a orientação de um profissional. No mercado, estão disponíveis muitos hidratantes que contém ingredientes que podem irritar ainda mais a pele, piorando o quadro ao invés de ajudar.
Existem também medicamentos que podem ser utilizados em alguns casos de dermatite atópica, normalmente os de intensidade moderada ou grave. Os compostos utilizados são muito variados, e por isso é importante não praticar a automedicação.
Atualmente, também estão sendo usados os imunobiológicos que atuam diretamente nas imunoglobulinas, interleucinas e receptores da reação imune.
Como o microbioma pode ajudar no tratamento da dermatite atópica?
A dermatite atópica é uma doença que está muito ligada a agentes alergênicos. As crises são comumente desencadeadas pelo contato com esses agentes.
Sejam alergias tópicas – aquelas que aparecem devido ao contato do agente alergênico com a pele – ou alergias alimentares, um microbioma diverso pode ajudar. Isso porque, como explicamos, ele ajuda a fortalecer o sistema imunológico.
E as pesquisas relacionadas aos benefícios que o microbioma pode trazer para sua pele apenas começaram!
É possível melhorar o microbioma?
Sim, existem hábitos que podem ajudar a tornar seu microbioma mais rico e diverso.
A apresentação constante de microrganismos e elementos ambientais (pólen, poeira, entre outros) contribui para a consolidação de um microbioma mais rico. Do mesmo modo, a alimentação variada, rica em fibras (e o mais livre o possível de alimentos ultraprocessados), contribui positivamente para a saúde do microbioma.
Recomenda-se também o consumo de produtos lácteos ricos em probióticos. Os alimentos prebióticos são diferentes, mas também importantes. Tratam-se de opções ricas em açúcares complexos que costumam ajudasr a flora das bactérias benéficas.
Onde encontrar fibras e açúcares complexos?
Confira uma explicação breve e alguns exemplos a seguir:
Fibras
As fibras são carboidratos que fazem parte dos vegetais. É recomendada a ingestão de 20 a 35 gramas de fibras alimentares por dia.
Nos alimentos, você encontrará dois tipos de fibras:
- Fibras solúveis: são dissolvidas em água. São importantes para a redução do colesterol e diminuição dos níveis de glicose no sangue, além de contribuírem para a diversificação do microbioma.
- Fibras insolúveis: não são dissolvidas em água. Atuam no bom funcionamento intestinal, pois colaboram para a composição do bolo fecal, dos movimentos peristálticos e evacuação.
Exemplos de alimentos ricos em fibras
- Aveia
- Farelo de trigo
- Folhas verdes em geral
- Goiaba com casca
- Milho verde
- Feijão branco, preto, carioca
- Lentilha
- Brócolis
- Linhaça
- Tangerina
- Manga
- Cevada
- Ameixa
Lembre-se: Para que as fibras alimentares tenham efeito benéfico no organismo é importante beber bastante água (pelo menos de 2 a 3 litros por dia).
Açúcares complexos
Os açúcares complexos, também chamados de Polissacarídeos, são processados de maneira mais lenta pelo nosso organismo, garantindo mais energia para as células.
Normalmente, são encontrados no talo e folhas vegetais e nas camadas externas de revestimento de grãos.
Não deixe de entrar em contato se tiver alguma dúvida ou agendar uma consulta conosco para fazer um acompanhamento preventivo!