Dra. Alessandra

Psoríase x doenças sistêmicas: a importância de procurar um médico

psoríase x doenças sistêmicas

No mês de outubro, no dia 29, acontece o dia mundial e nacional da Psoríase. A data foi criada para ajudar a espalhar informação sobre essa doença, aumentando a conscientização da população.

A Psoríase é uma doença de pele muito comum. Estima-se cerca de 2 milhões de casos por ano, apenas no Brasil. Apesar disso, ainda existe muito preconceito relacionado a ela.

Nesse artigo, vamos explicar o que é Psoríase. Você conhecerá um pouco mais sobre seus sintomas e entenderá porque ela é considerada uma doença sistêmica. Procurar um médico, se você sofre com algum desses sintomas é muito importante.

O que é Psoríase?

A Psoríase é uma doença bastante comum que acomete a pele, caracterizada por lesões avermelhadas e descamativas. Trata-se de uma condição cíclica, ou seja, que apresenta sintomas que desaparecem e reaparecem após determinados períodos.

A causa da Psoríase ainda é desconhecida. No entanto, sabe-se que está relacionada ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética.

Também devem ser considerados alguns fatores de risco, que podem contribuir para o aparecimento da doença ou desencadeamento de crises:

  • Histórico familiar: entre 30% e 40% dos pacientes de psoríase têm histórico familiar.
  • Estresse: pessoas com altos níveis de estresse podem ter o sistema imunológico mais debilitado.
  • Obesidade: excesso de peso pode aumentar o risco de desenvolver um dos tipos de psoríase, a invertida.
  • Tempo frio: a pele fica mais ressecada.
  • Consumo de bebidas alcoólicas.
  • Tabagismo: o cigarro não só aumenta as chances de desenvolver a doença, como também a gravidade das crises.

E doença sistêmica?

Uma doença sistêmica afeta múltiplos órgãos ou tecidos do corpo humano. A Psoríase está frequentemente associada à artrite psoriásica, uma doença que causa dor nas articulações devido a inflamação das mesmas.

Além disso, também está relacionada a doenças cardiometabólicas, doenças gastrointestinais, diversos tipos de cânceres e distúrbios do humor.

É por isso que é tão importante reconhecer a Psoríase e procurar um médico dermatologista. Além de ajudar você a resolver esse incômodo, esse profissional poderá realizar o diagnóstico de outros problemas em potencial.

Quais são os sintomas da Psoríase?

Agora você já sabe: é fundamental procurar um médico se você identificar os sintomas da Psoríase. Mas você sabe quais são eles? A seguir, você conhece os principais sinais dessa doença:

  • Placas ou lesões vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas, geralmente simétricas, e bem delimitadas
  • Pequenas manchas brancas ou escuras residuais após lesões
  • Pele ressecada e rachada, às vezes, com sangramento
  • Pode haver coceira, queimação e dor
  • Unhas grossas, sulcadas, descoladas, amareladas, esfareladas e/ou com depressões puntiformes
  • Inchaço, dor e/ou rigidez nas articulações
  • Placas e descamações no couro cabeludo, cotovelos e joelhos.

Nos casos moderados, a Psoríase costuma a apenas causar desconforto. No entanto, nos quadros mais graves, pode ser dolorosa e ter impacto significativo na qualidade de vida e na autoestima do paciente.

Tipos de Psoríase

Existem diferentes tipos de Psoríase. O dermatologista poderá ajudar você a identificar e tratar cada um deles corretamente.

Conheça um pouco mais sobre os tipos:

Psoríase em placas ou vulgar:

Esse é o tipo mais comum da doença. Formam-se placas secas, avermelhadas com escamas esbranquiçadas. As lesões coçam e podem doer.

Em casos graves, a pele em torno das articulações pode rachar e sangrar.

Psoríase ungueal:

Afeta as unhas das mãos e dos pés.

Pode causar alterações nas unhas, como espessura, descamação, deformidades e cor amarelada. Em alguns casos mais graves, a unha pode descolar do leito ungueal. Muitos casos apresentam chance aumentada de problemas nas articulações (artrite)

Psoríase do couro cabeludo:

Assemelha-se à caspa, mas podem surgir áreas avermelhadas com escamas espessas branco-prateadas, principalmente após coçar.

Psoríase gutata:

Geralmente desencadeada por infecções bacterianas, como as de garganta. É caracterizada por pequenas lesões avermelhadas em forma de gota. É a forma mais comum na infância.

Ela pode se manifestar no tronco, nos braços, nas pernas e no couro cabeludo. Diferente das lesões típicas da psoríase, a descamação acontece em uma camada fina.

Psoríase invertida:

São manchas inflamadas e vermelhas que acometem principalmente áreas úmidas, como axilas, virilhas, embaixo dos seios e ao redor dos genitais.

O quadro pode se tornar mais grave em pessoas obesas ou quando há sudorese excessiva e atrito na região.

Psoríase pustulosa:

Podem ocorrer manchas, bolhas ou pústulas.

As bolhas secam dentro de um dia ou dois, podendo reaparecer durante dias ou semanas. Esse tipo de Psoríase pode causar febre, calafrios, coceira intensa e fadiga.

Psoríase eritodérmica:

É o mais raro tipo de Psoríase, que acomete todo o corpo com manchas vermelhas que coçam ou ardem intensamente, levando a manifestações sistêmicas.

Ela pode ser desencadeada por tratamentos intempestivos, infecções ou por outro tipo de psoríase quando não tratada.

Psoríase artropática:

Conhecida como artrite psoriásica, causa fortes dores nas articulações. Pode causar rigidez progressiva e, nos casos mais graves, até mesmo deformidades permanentes.

Também pode estar associada a qualquer forma clínica da psoríase.

Psoríase tem tratamento e cura?

A Psoríase é uma doença crônica, o que significa que ainda não existe uma cura definitiva. No entanto, o tratamento pode – e deve – ser realizado para controlar os sintomas, que muitas vezes causam grande impacto na qualidade de vida.

Cada tipo de psoríase responde melhor a um tipo diferente de tratamento (ou a uma combinação de terapias). Cada indivíduo é único, e aquilo que funciona bem para uma pessoa não necessariamente funcionará para outra.

Dessa forma, o tratamento da psoríase é individualizado e é essencial realizar o acompanhamento com um dermatologista.

Conheça algumas das possibilidades de tratamento mais comuns:

Tipos de tratamento mais comuns:

  • Tratamento tópico: medicamentos em cremes e pomadas.
  • Tratamentos sistêmicos: medicamentos em comprimidos ou injeções.
  • Tratamentos imunobiológicos: medicamentos injetáveis, indicados para o tratamento de pacientes com psoríase moderada a grave.
  • Fototerapia: exposição da pele à luz ultravioleta de forma consistente e com supervisão médica. O tratamento precisa ser feito por profissionais especializados.

Psoríase é transmissível?

A Psoríase não é transmissível e não é preciso ter nenhum cuidado especial no contato com pacientes.

Infelizmente, ainda existe muito preconceito em relação a Psoríase. No entanto, ele vem da falta de informação. Por isso, é importante conscientizar a população e buscar informações em fontes confiáveis sobre essa e outras condições.

É importante ficar atento para identificar os sintomas cedo. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais fácil será o tratamento. E, claro, é importante verificar se não existem outras doenças por trás da Psoríase.

Caso perceba qualquer um dos sintomas, procure um dermatologista imediatamente.

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Telegram